terça-feira, abril 17

Vivo e Claro serão mais agressivas na adoção do 4G, afirmam analistas

A aprovação dos termos finais para a licitação da frequência destinada ao 4Gdeve servir como uma "convocação" às quatro principais operadoras de telecom do país, segundo a agência de notícias Reuters. Ainda não se sabe os preços mínimos dos lotes de frequência a 2,5 gigaherts, mas, Vivo, Claro, Tim e Oi só ficariam de fora caso os valores forem muito elevados. 

De acordo com Leonardo Zanfelicio, analista da corretora Concórdia,  a falta de maturidade global da LTE e as rígidas exigências do governo para as operadoras atuarem no 4G não devem inibir a participação das operadoras. "Elas [principais operadoras] vão ter que participar, é um diferencial competitivo", disse.

Desta forma, analistas acreditam que Vivo e Claro provavelmente deverão ser mais agressivas e brigarão pelos dois blocos maiores do espectro, enquanto Oi e TIM devem ficar com dois dos blocos menores. "Vemos Vivo e Claro como as candidatas mais prováveis a vencer os blocos de 40 MHz (20+20 MHz), enquanto TIM e Oi devem ficar com os menores (20 MHz, de 10+10 MHz)", escreveu em nota o analista Alexandre Garcia, do Citibank.

Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, concorda. "Quem demonstrou mais interesse foi a Claro, que pretende colocar o 4G na América Latina, e a Vivo, que tem puxado o 3G no país", disse.

No entanto, todas as companhias têm sido reticentes em demonstrar interesse publicamente sobre o leilão do 4G, enquanto investidores e analistas observam o setor com atenção em meio ao aumento de competitividade, que tem corroído as margens das operadoras.

A Oi disse apenas que está analisando os termos do edital, considerando que a Anatel ainda precisa definir "pontos importantes", e, desta forma, ainda não possui uma avaliação conclusiva sobre a atratividade do leilão.

Em nota à imprensa na semana passada, a TIM considera que a chegada da tecnologia 4G no Brasil neste momento é "prematura", já que o 3G ainda não atingiu seu potencial, mas diz ter interesse em participar desde que os termos sejam competitivos. Após a aprovação das regras finais pela Anatel, a empresa informou que ainda não mudou este posicionamento.

Claro não quis se pronunciar, enquanto a Vivo não respondeu pedidos de comentários. Já a GVT informou à Reuters que, apesar dos planos de entrar em telefonia móvel, não tem interesse no 4G neste momento, e a Nextel afirmou que analisará as oportunidades com a publicação do edital.

João Rezende, presidente da Anatel, afirmou que as operadoras que já estão no mercado dificilmente deixarão de participar. O executivo ainda acredita que pode haver interesse de competidores estrangeiros ou brasileiros que ainda não atuam em telefonia móvel no país, algo que analistas consideram improvável.

"Não esperamos que novos entrantes participem do leilão da [frequência] 2,5 GHz por acreditarmos que as obrigações de cobertura e infraestrutura insuficiente possam desencorajá-los", disse Diego Aragão, analista da corretora Flow, em nota a clientes.

Investimentos

O presidente da consultoria Teleco afirma que do ponto de vista das operadoras, o 4G não é uma necessidade imediata e, portanto, as companhias ainda precisam desenvolver suas redes 3G e aumentar capacidade com HSPA+ (tecnologia avançada de 3G).

Pelas regras aprovadas pela Anatel, entre 2012 e 2014, 60 por cento dos investimentos em aquisição de bens e produtos devem ser de tecnologia nacional e todas as sedes da Copa do Mundo deverão ser atendidas a partir de dezembro de 2013, o que analistas acreditam que deve encarecer o processo.

Assim, os investimentos tanto em outorga quanto em equipamento devem ser elevados, podendo prejudicar a margem das companhias no curto prazo -que já têm sido afetadas por conta da forte concorrência, apesar do potencial de geração de receita.

"Existe o impacto inicial do investimento, mas há o ganho lá na frente (médio para longo prazo) também", disse Zanfelicio, da Concórdia, acrescentando que o 4G provavelmente será um serviço mais caro.
fonte:olhardigital

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